sábado, 20 de setembro de 2008

Esferas da nave Terra

Cegos e cativos

Cegos e cativos... no deserto do universo
Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
Uma gente que não viva só pra si
Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi
Por uns velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor
E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor...
(Universo no teu corpo, música de Taiguara)

Ouço a bela música ao fundo. Suas palavras adocicadas pelos instrumentos e, em especial pela voz afinada e melodiosa do cantor acabam por nos iludir. Falam de amor, da necessidade que temos de carinho, presença, conforto e preocupação sincera. Fala também de gente amarga, mergulhada no passado, que vive só para si e que só quer “repartir seu mundo errado”...
E onde residem os erros? O que nos leva a criar esse mundo de perspectivas amargas e sem amor? De onde vem esse deserto no universo, por onde perambulamos cegos e cativos? O que nos leva a cegueira e a escravidão?Será que essas letras só têm sentido no contexto em que foram escritas, ou seja, no Brasil da ditadura militar, entre os anos 1960 e 1970? Ou a música preserva elementos e idéias que podem e devem motivar novas reflexões à luz dos acontecimentos desse novo milênio?
Fomos silenciados, com brutalidade, durante os anos de chumbo... Os porões e as baionetas tentaram impor ao país uma obediência cega... E hoje? O que mudou? De que forma é possível atentar para as palavras do compositor Taiguara e perceber sua atualidade, pertinência e sentido em pleno século XXI, quase 40 anos depois do surgimento dessa música?A atualidade se revela na constatação de que hoje vivemos mais e mais olhando apenas para nós mesmos, fazendo o mundo girar em torno de interesses próprios, tornando os nossos umbigos o centro do universo. Não temos mais tempo reais para o próximo.
Nem mesmo quando as pessoas declaram agir em prol de outros, em atitudes teoricamente fraternas, transparece (na maioria dos casos) a atitude sincera e o real engajamento, sem qualquer outro objetivo a guiar esses passos e ações... Se não bastasse isso, não sabemos mais ouvir, queremos apenas impor nossas opiniões e idéias. Pouco importa se estamos certos ou não – o que vale é mostrar mais força e músculos para fazer valer o nosso rugido, em tom cada vez mais alto. Velhos e vãos motivos desencadeiam guerras e confrontos. Sem trégua e diálogo, caminhamos num deserto que deixou de ser apenas literal, lírico e musical para se tornar a realidade de milhões... E se não bastasse à canção de Taiguara, também Saramago em seu Ensaio sobre a Cegueira tem nos alertado sobre o desolador cenário em que vivemos...
O que fazer? Há muitas coisas a se fazer... Escutar é uma delas, mas de coração aberto, deixando os rancores, o orgulho e a inveja de lado... Outra ação primordial é estender a mão sem que interesses materiais nos mobilizem a fazer isso... Doe seu tempo, faça o bem, ajude a quem precisa isso tudo sem esperar ganho ou retribuição – sem que isso repercuta para você em moeda sonante ou votos, por exemplo...
Acima de tudo, precisamos recuperar a fé e a confiança de que o mundo pode ser melhor... Acreditar que a humanidade é capaz de praticar o bem e semear a bondade... E, especialmente, perceber que a força maior está no amor, na caridade, na misericórdia, na compaixão,...Recuso-me a desistir... Ainda creio na manhã que tanto persigo... Confio num lugar que me dê trégua e me sorria... Em gente que não viva só pra si...

Amazônia

A Amazônia apresenta-se, atualmente, como a mais vasta região de fronteira econômica do país. É para essa região que se deslocam as frentes mais recentes de ocupação e povoamento do território, e também para onde avançam as atividades econômicas mais dinâmicas, vindas do centro-sul.
Caracterizada em grande parte, pela presença da exuberante floresta Amazônica. Para tanto, o governo começou a implantar uma série de grandes projetos voltados para o desenvolvimento econômico da Amazônia. Destacam-se:
- a abertura de grandes eixos viários, como as rodovias Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém e Cuiabá-porto Velho, formando extensas vias de penetração pelo interior da floresta;
- a implantação de grandes projetos de exploração mineral, como o Grande Carajás e Trombetas, no Pará; o da Serra do Navio, no Amapá; e o de exploração de cassiterita, em Rondônia;
- a construção de grandes usinas hidrelétricas, como a de Tucuruí, no rio Tocantins, uma das maiores do país;
- a criação da Zona Franca de Manaus, com o objetivo de estimular o desenvolvimento da atividade industrial na região;
- a implantação de projetos de colonização agrária, com o assentamento de milhares de camponeses, sobretudo ao longo das rodovias recém-construídas.
A ocupação mais efetiva da Amazônia, iniciada a partir da década de 1960, tem provocado uma rápida e progressiva devastação da floresta Amazônica. essa devastação vem ocorrendo basicamente pela prática de atividades econômicas predatórias e incompatíveis com a preservação da floresta, dentre as quais destacam-se;
- a prática da agropecuária, que estimula a derrubada de extensas áreas de floresta para a formação de lavouras ou de pastagens para a criação de gado bovino;
- a ação predatória de muitas madeireiras, nacionais e estrangeiras, que praticam a exploração desordenada da floresta, derrubando espécies já ameaçadas de extinção ou extraindo árvores que, por não terem qualquer valor comercial, acabam sendo abandonadas no meio da floresta;
- a construção de grandes usinas hidrelétricas, que inundam vastas áreas da floresta para a formação de reservatórios.
A derrubada da floresta ainda prossegue em ritmo acelerado, a cada ano, entre 15 mil a 20 mil Km² da floresta são perdidos, o que equivale a um pouco menos da área do estado de Sergipe.
Biodiversidade na Amazônia
Na parte mais alta das árvores, entre 50 e 60 metros de altura, vivem as grandes aves da floresta, como a harpia e a arara-azul, ambas ameaçadas pela caça excessiva e pela exploração madeireira, que as privam de seu habitat.
A maioria dos animais da floresta como: jaguatirica, macaco-barrigudo, gavião-de-penacho, macaco-da-noite, vivem no meio das folhagens a uma altura que varia de 30 a 50 metros do chão. Essa região é o lar incontestável dos insetos, pássaros, répteis e pequenos mamíferos...
O solo da Amazônia é coberto por uma camada de material orgânico em decomposição e por uma riquíssima vida animal. Restos de plantas e bichos mortos funcionam como nutrientes para as grandes árvores. Cada uma delas estende uma fina rede de filamentos das raízes logo abaixo da superficie para captar os nutrientes o mais rapidamente possível antes que as chuvas os arrastem para o leito dos rios...
Nos últimos quatro anos mais de 80 mil km² de floresta amazônica foram desmatados. Uma área maior do que duas holandas. E os móveis da sua casa podem ter responsabilidade nisso: estima-se que 80% da madeira é extraída de maneira ilegal e que 85% é consumida pelo mercado brasileiro.
Ajude o Greenpeace participando da campanha pela proteção da Amazônia: só compre produtos que tenham o selo FSC, que garante que a madeira foi extraída com baixos impactos ambientais. Assim, você terá certeza de que, ao decorar sua casa, não estará destruindo a de centenas de animais. (Greenpeace Amazônia viva).

Amazônia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Encontro Educacional no Pólo- Escola Regina







Geografia Espaço e Vivência

"A montanha se ergue acima do chão, sendo chão. Quando o sol se põe, estende sua sombra sobre a terra, sendo a terra. A seus pés o horizonte se antecipa. De seu cume o horizonte vai mais longe. A montanha cabe exatamente em seu tamanho, sendo seu tamanho. Tão imóvel que o tempo ali fica mais lento. Seu cume é o cúmulo da terra, onde a nuvem se esconde. Onde a voz que grita se responde. Onde diminui o que é grande. onde a chuva e a neve chegam antes. Onde o espaço se espaça. De onde a águia alça vôo atrás da caça. Quanto mais alta a montanha, mais cedo a seus pés o sol se põe; mais forte em sua encosta o vento venta; de seu cume mais imensa é a imensidão." Arnaldo Antunes. As coisas. SP, Iluminuras 1996

A impressão que transmite uma forma de relevo, a montanha.